Por Madalaine Elhabbal
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28 de mai de 2025 às 11:49
“É fundamental que, mesmo em meio a um conflito, a proteção da pessoa humana e sua dignidade inerente dada por Deus permaneçam no centro de todos os esforços coletivos, também para evitar o flagelo da guerra”, disse o observador permanente da Santa Sé junto à Organização das Nações Unidas (ONU), arcebispo Gabriele Caccia, em discurso ao Conselho de Segurança da Organização no último dia 22.
“A pessoa humana nunca deve ser tratada como dispensável ou reduzida a mero dano colateral”, disse o arcebispo italiano, citando ataques deliberados a civis e estruturas civis como uma questão de “grande preocupação”.
“Embora essas violações sejam uma imensa tragédia humana, elas também representam uma grave afronta aos fundamentos da segurança internacional”, enfatizou Caccia.
A Santa Sé se tornou um Estado não-membro observador permanente das Nações Unidas em 1964.
Na sua qualidade de chefe da missão, Caccia instou o Conselho de Segurança da ONU a continuar o seu trabalho para “pôr fim à utilização indiscriminada de armas, minas terrestres e munições de fragmentação, e a pôr fim à utilização de armas explosivas em áreas povoadas”.
Ele também destacou a importância de acabar com a produção e o armazenamento em massa de armas como um o concreto para proteger vidas civis.
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Caccia alertou o conselho contra tecnologias militares emergentes, como sistemas de armas autônomas letais (LAWS, na sigla em inglês), e incentivou uma proposta juridicamente vinculativa para proibi-los até 2026.
“Garantir que as decisões sobre a vida e a morte permaneçam sob controle humano significativo não é só uma questão de responsabilidade legal, mas também uma responsabilidade moral”, disse Caccia.
Caccia é observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas em Nova York desde sua nomeação pelo papa Francisco em novembro de 2019. Antes disso, Caccia ou quase 30 anos no serviço diplomático da Santa Sé, trabalhando em nunciaturas na Tanzânia, Líbano, Filipinas e na Secretaria de Estado da Santa Sé em Roma.
Ele estudou na Escola Diplomática do Vaticano, na Pontifícia Academia Eclesiástica de Roma, onde fez doutorado em teologia sagrada, e na Pontifícia Universidade Gregoriana, onde fez licenciatura em direito canônico. Antes disso, foi pároco por três anos em sua diocese de origem, a arquidiocese de Milão.
Bento XVI ordenou Caccia bispo em 2009 e o nomeou núncio apostólico no Líbano. Seu lema episcopal é: "Cremos no amor que Deus tem por nós" (cf. 1 Jo 4,16).
Madalaine Elhabbal é uma repórter da Catholic News Agency baseada no escritório da EWTN em Washington, D.C. Ela escreveu para o CatholicVote e também trabalhou como assistente de língua estrangeira na França. Ela é formada pelo Benedictine College (EUA).