Por Almudena Martínez-Bordiú
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13 de jun de 2025 às 14:55
O padre provincial da Companhia de Jesus na República Tcheca, padre Pavel Bačo, SJ, ordenou uma investigação sobre o Centro Aletti de Olomouc, instituição religiosa e cultural ligada ao centro Aletti de Roma, fundado pelo ex-jesuíta Marko Rupnik, acusado de abuso sexual e psicológico e atualmente sob investigação da Santa Sé.
A Companhia de Jesus na República Tcheca anunciou, na última terça-feira (10), a demissão de Pavel Ambros, SJ, diretor do centro de Olomouc, como parte de uma série de medidas tomadas depois de receber "denúncias de manifestações sectárias e manipulação espiritual".
O Centro Aletti de Olomouc, fundado em 1996, foi concebido como um espaço para explorar a relação entre fé, cultura, arte e espiritualidade, e para promover o diálogo entre as tradições cristãs orientais e ocidentais. Segundo seu site oficial, ele tem o mesmo programa, estilo de vida e missão pastoral do Centro Aletti de Roma.
A Companhia de Jesus na República Tcheca também está investigando a editora Refugium, braço editorial do centro, e anunciou que vai retirar publicações consideradas "religiosamente duvidosas".
Marko Rupnik, natural da Eslovênia, fundou o Centro Aletti em Roma depois de anos na Comunidade Loyola, em seu país natal. Nos últimos anos, ele foi acusado por cerca de trinta pessoas, a maioria mulheres consagradas, de abuso sexual, psicológico e espiritual.
Fatos perturbadores 3eo72
No comunicado, os jesuítas tchecos também expressam sua profunda preocupação com os "eventos perturbadores" relacionados ao Centro Aletti e, em particular, às Servas do Sagrado Coração de Jesus (SJVS), que estão intimamente associadas ao centro.
A comunidade SJVS é conhecida por seus grupos de oração no país, especialmente entre seus padres. "O trabalho da SJVS não é e nunca foi trabalho da ordem dos jesuítas", enfatiza o padre Bačo no documento.
O comunicado diz que algumas das publicações promovidas por essa comunidade são baseadas em "supostas revelações" atribuídas a Katerina Klosová, membro das irmãs do Centro Aletti e dedicada ao "apostolado da oração".
Essas publicações, editadas pela Refugium, são descritas pelos jesuítas como “religiosamente duvidosas” e teologicamente questionáveis.
Diante desses acontecimentos, a Companhia de Jesus na República Tcheca disse que "se distancia categoricamente dessa comunidade", enfatizando que não deseja ser associada a ela "de modo algum".
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Manipulação espiritual 5b1g3o
A declaração diz também que a SJVS "se manifesta de forma sectária, causando divisão e dissensão nas igrejas locais". Portanto, diz, "dificilmente pode ser considerada obra do Espírito Santo".
A Companhia de Jesus também diz que alguns membros do SYVS têm se envolvido em repetidos atos de manipulação espiritual, o que levou a ações concretas para remediar a situação. Entre essas ações há a demissão do diretor do Centro Aletti de Olomouc e do superior de sua comunidade, e a nomeação de sucessores temporários.
Totalmente inaceitável 4r3r4m
Na mesma declaração, os jesuítas descrevem a defesa pública do ex-jesuíta Marko Ivan Rupnik como "totalmente inaceitável".
"Discordamos da minimização de sua má conduta e rejeitamos a difamação daqueles que se declararam vítimas, como tem ocorrido repetidamente em livros publicados pela Refugium", enfatiza a declaração.
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As medidas adotadas foram tomadas "em colaboração com a sede da Ordem em Roma" e, segundo o comunicado, constituem "só o início do processo para resolver essa situação complexa".
A comunidade SJVS será submetida a uma investigação canônica, com o objetivo de examinar sua posição e permitir que as autoridades eclesiásticas relevantes avaliem possíveis medidas adicionais.
Nesse contexto, eles incentivam todos os membros da comunidade "a contatar seus diretores espirituais locais ou outros padres no ministério pastoral sobre todos os assuntos de acompanhamento espiritual".
Por fim, a província tcheca da Companhia de Jesus faz um pedido público de desculpas a todos os que sofreram danos espirituais em conexão com o falso misticismo promovido pela SJVS e pela comunidade do Centro Aletti.
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Ao mesmo tempo, ela pede que aqueles com informações relevantes divulguem seus testemunhos para esclarecer completamente os fatos, pedindo aos fiéis "oração e paciência" nesse processo.
Almudena Martínez-Bordiú é uma jornalista espanhola correspondente da ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, em Roma e no Vaticano, com quatro anos de experiência em informação religiosa.